Aqui esta a matéria publicada no dia de hoje, 03 de Setembro de 2010, sobre a raridade esquecida pelo tempo no canto de uma das salas da Academia. Esquecida no sentido que não era aberto ou tocado a muitos anos. Mas seu estado de conservação sempre foi excelente. Não era um piano abandonado nos porões da Academia. Muito pelo contrário, estava no primeiro andar, numa sala adequada ao som de um piano armário, no mesmo andar onde fica a sala do Presidente da Academia.
Preocupada com a preservação histórica da memória cultural de nosso País, fui convidada pelo Presidente da APL – Academia Paulista de Letras, para colaborar na conservação e curadoria das obras de artes.
Ao me deparar com aquele objeto, percebi tratar-se de uma peça valiosa. Fui eleita pelo Presidente da Academia, Desembargador Jose Renato Nalini, como guardiã do Piano, para restaurá-lo. Imediatamente convoquei um amigo pianista estudioso no assunto, Inácio D'Elboux da FEI, que confirmou tratar-se de uma obra de arte e que provavelmente não haveria mais que três peças iguais no Brasil. Inácio indicou-me um especialista em afinação extremamente qualificado, Amauri Pimenta, que constatou através do número de série grafado na peça e comparando com os registros publicados tratar-se de um piano do século 19.