Dia 24 de Janeiro de 2010, a principal artéria de um coração pulsante batizado de AVENIDA PAULISTA, ficou totalmente obstruída pelo egocentrismo obtuso de um partido que dentro de uma congregação de representações políticas, diz ser o mais jovem e o que mais cresce. Se galga tantos degraus tão rapidamente, visualizo o cenário surrealista digno de Salvador Dali, onde cabeças de intelectuais, memórias que deveriam ser preservadas, histórias que deveriam estar marcadas a ferro quente, servem de suporte para ascensão tão proclamada.
Uma luta inglória, de impotência diante das manobras de politicagens, de conchavos de interesses, da ambição e exibicionismo chulo de homens que deveriam honrar pelo menos suas indumentárias íntimas. Homens que deveriam representar o povo, mas que “narcisistas” só possuem olhos para seus próprios umbigos.
Desde abril de 2008, quando o atual prefeito decretou de forma tão desajuizada e arbitrária o nome do Parque Mário Covas, em plena Avenida Paulista, 1853, usurpando a própria incompetência, pois sua própria prefeitura numa Lei de n. 77, registrando muito claramente ao escrito que é de bom senso preservar a memória de um logradouro quando existe a necessidade de colocar um nome... Pecou.
Após a inauguração do parque as 11h00min horas de uma manhã ensolarada, fizemos uma manifestação silenciosa em protesto a esse evento tão arbitrário aos conceitos em se tratando da preservação de um passado tão prestimoso a São Paulo, quanto foi a contribuição cultural que René Thiollier deu a essa cidade. Uma São Paulo que ele tanto amou que lhe cuspiu á cara a “La Judas”, tripudiando suas contribuições culturais, que não foram poucas, em detrimento de homenagear um político que nem paulistano era.
Terminada a inauguração e o protesto, São Paulo chorou torrencialmente por quase uma hora, inconsolada pela obstrução dessa artéria em seu coração Paulistano.
Dizem que já é obtido, e já se faz luto. Mas ainda acredito na ultima instância que alguns chamam de U.T.I – Ultima Tentativa de indignação. Essa U.T.I esta calcada no Projeto de Lei 434/08 aprovada pela primeira Comissão de Justiça como LEGAL E CONSTITUCIONAL.
Temos que se ter esperança de que injustiças sejam corrigidas a tempo, porque senão estaremos fadados a falência de muitas artérias que pulsam o coração dessa metrópole que corre o risco de óbito absoluto por falta de memória ou de história.